sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Religião não define caráter


Depois que empresas de transporte rejeitaram a proposta de publicidade da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), feita no final do ano passado, a associação começou a espalhar na capital gaúcha alguns outdoors[1]. Um dos outdoors espalhados pela Atea em Porto Alegre exibe as fotos de Charles Chaplin, que era ateu, e Adolf Hitler, que acreditava em Deus, com os dizeres “religião não define caráter”.

Quanto à mensagem do outdoor citado, posso afirmar que ela possui certa concordância com que Paulo já havia dito, em sua carta aos Romanos, há quase 2.000 anos . Ele adverte os religiosos judeus ao dizer: “Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus… Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?” (Rm. 2:17-23). Já quanto aos não-judeus, Paulo diz o seguinte: “quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm. 2:14,15).

O que Paulo está dizendo é que a adesão intelectual à alguma concepção religiosa não traz mudança alguma. Meras regras de comportamento não mudam o coração. Paulo chega a dizer que regras como “não toque”, “não use” ou “não manuseie”, não tem poder algum sobre os impulsos humanos (Cl. 2:21-23). Já quanto à mera crença em Deus, Tiago nos diz: “Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios crêem — e tremem!” (Tg. 2:19).

Até o momento, como vemos, não há diferença entre o ensino de Paulo e de Tiago e o cartaz da campanha ateísta aqui citado.

Mas, o que o Evangelho apresenta de diferente? O que a mensagem de Cristo tem para se apresentar capaz de mudar o caráter de indivíduos? O Evangelho traz consigo uma experiência que o mundo não consegue compreender: o novo nascimento. Paulo nos diz que “em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl. 6:15). E João nos ensina: “Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus” (I Jo. 3:9).

É a partir da experiência do novo nascimento que tudo muda na vida de quem recebe o Evangelho de Jesus. Se queremos ver pessoas com caráter transformado, semelhante ao de Cristo, nossa mensagem deve ser permeada, não com meros conceitos ou regras humanas, mas com a Palavra capaz de produzir o milagre do novo nascimento. Afinal, como disse o próprio Senhor:“É necessário que vocês nasçam de novo” (Jo. 3:7).

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